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VACCUM CLEANER
Inês Teles
Vacuum Cleaner surge como resposta ao desafio lançado pelo Plano Lisboa para a criação de uma instalação na Igreja das Mercês, em Lisboa, no âmbito do programa Critical Cities.
Actualmente, esta zona da cidade atravessa um processo de transformação evidente, devido ao investimento no restauro de edifícios antigos e à sua adaptação a negócios turísticos e empresariais. A vivência nessa zona lisboeta, como em tantas outras, altera-se e a dinâmica dos visitantes, moradores e trabalhadores deixa-se perceber pelos sinais das ruas, montras e fachadas. O projeto Vacuum Cleaner começou por propor uma acção coletora destes vestígios citadinos, reunindo estas marcas e agregando-as no corpo do objecto artístico. A peça apresentada viria a apresentar um discurso poético particular e simbólico sobre esta limpeza, apresentando-se junto à entrada da igreja das Mercês. O período de criação desta obra desafiou a forma, escala e objeto do projeto. A relação com o material foi temperamental, a montagem da obra escorregadia ou fragmentada, o suporte da peça falível. A dimensão do gesto artístico, que se desenhava longo… afunilou, reduzindo-se à irónica peça apresentada, cuja escala se arruma ao canto da igreja, se esconde junto a qualquer degrau.
No final, o objeto apresentado estabelece uma firme relação de escalas com o espaço onde é vista, destacando as várias dimensões - volumétricas e espirituais - do edificado onde se encontra e da sua relação com o espaço urbano. Vacuum cleaner tornou-se uma peça sobre o desejo de ser, de enquadrar e desenhar; foi uma incansável construção de acidentes, que abriram espaço para o inusitado, desinteressado vestígio, que agora se conserva. |
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